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Foto do escritorRoberta Soares

Cadê as Faixas Azuis para os ônibus no Recife?

Elas pararam no tempo. Símbolo da gestão do ex-prefeito Geraldo Julio, as Faixas Azuis, como o Recife batizou as faixas exclusivas para circulação dos ônibus, viraram assunto morto na capital. Nem mesmo a pandemia de covid-19 fez com que a prefeitura aproveitasse a oportunidade de ampliar o projeto, que foi um marco para a prioridade viária do transporte coletivo sobre o individual não só na capital, mas em toda a Região Metropolitana do Recife. São nove equipamentos em toda a cidade, implantados entre 2013 e 2020, que totalizam 42 quilômetros de extensão.


Atualmente, as Faixas Azuis do Recife beneficiam aproximadamente 500 mil passageiros - segundo dados pré-pandêmicos -, um número ainda pequeno quando consideramos que 2 milhões de pessoas usam o sistema diariamente. Significa dizer que apenas 25% dos passageiros usufruem das vantagens da priorização viária para o transporte coletivo. E elas são muitas. Há Faixas Azuis, como a da Avenida Domingos Ferreira, que tem conexão com a da Avenida Antônio de Góes, nos bairros do Pina e de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade, que tiveram ganhos de 118% na velocidade dos coletivos. Até mesmo os trechos mais pequenos do equipamento – há faixas com apenas 580 metros, como a da Antônio de Góes, ou com 1,5 quilômetro como as da Rua Cosme Viana, em Afogados, e Real da Torre, na Torre e Madalena – têm resultados positivos que alcançaram de 20% a 30% de aumento de velocidade. E, quanto mais rápido o ônibus anda, mais ágil é a viagem.




Recife tem 2.400 quilômetros de vias e em 650 quilômetros os ônibus circulam por eles. Mesmo assim, em apenas 62 quilômetros têm algum tipo de priorização na via (considerando os 42 quilômetros de Faixas Azuis implantadas pela gestão Geraldo Julio e os 20 quilômetros que já existiam) . Ou seja, de todas as ruas percorridas por ônibus na capital, pouco mais de 5% contam com faixa exclusiva de circulação.


CUSTO

Implantar um quilômetro de Faixa Azul custa R$ 20 mil sem fiscalização e R$ 40 mil com radares, segundo valores estimados pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) antes da pandemia. Mas, mesmo assim, a ampliação é tímida. A Prefeitura do Recife pegou um bom embalo em 2013, quando o projeto começou na cidade, influenciado pelos bons resultados e baixo custo das faixas adotadas no Rio de Janeiro, cidade que transformou em sucesso e divulgou no País o chamado BRS (Bus Rapid Service), a versão mais barata e, por isso, bem mais prática, do BRT (Bus Rapid Transit). Um sistema que exige apenas sinalização horizontal e vertical nas faixas à direita das vias, sem necessidade de obras ou estudos mais elaborados, como acontece com os corredores segregados no canteiro central das avenidas. É apenas vontade de fazer. Mas o ritmo foi caindo.


SEM PERSPECTIVA

A Prefeitura do Recife não deu qualquer perspectiva de quando a cidade verá uma nova Faixa Azul. Por nota, a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) informou apenas que tem feito estudos. “Temos avançado nos estudos de origem e destino para compreender as áreas com maior necessidade de implantação dos equipamentos e os locais para potencializar a eficiência dos equipamentos já existentes”, diz a nota. E segue garantindo que, assim que uma nova faixa exclusiva for implantada, a população será avisada com antecedência.



Foto: Acervo JC Imagem

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